Há quem me pergunte se eu sou, e passo a citar: "Um gajo da noite". Começo a minha resposta por dizer, com um tom brincalhão, que realmente sou "uma pessoa de muitas coisas", mas que não sou "um gajo de nada". Este comentário é geralmente recebido com algo que me informa explicitamente, que a minha piada não foi bem recebida: um sorriso penoso. Ignoro o meu comentário "humorístico" não conseguido e avanço para a segunda parte da minha resposta, que é algo parecido com "Não". Alguns dias mais tarde, descubro que esse gandulo tinha ido sair naquela mesma noite e que aquela pergunta tinha sido uma introdução para um convite para participar na dita. Depois de cerca de 27 cabeçadas na parede, penso na razão pela qual eu respondo sempre daquela forma à pergunta. Obviamente que sei que é por não gostar de muita agitação e barulho à minha volta, mas não percebo também porque é que ninguém me pergunta o inverso. Imaginem que o post começava assim:
Há quem me pergunte se eu sou, e passo a citar: " Um gajo do dia". Eu digo que sim e de seguida, esse indivíduo convida-me para um brunch no sábado com mais uns tipos lá do futebol. Das 3 vezes que tivemos matinés deste género, foram tardes muito agradáveis e comemos uns ovos e um filet mignon muito gostosinhos.
O post não seria muito mais engraçado? Bem, provavelmente vocês achariam que não. Mas, embora vocês já saibam, eu não sou igual a vocês. Um gajo diurno como eu não é "fixe" o suficiente para compreender "gajos (e desculpem o machismo) gajas da noite". Fico-me pelo filet mignon.