Ao longo da vida tenho reparado em algumas coisas. Uma delas ( que penso que todos sentimos) é que somos bastante prejudicados pelo facto de termos nascido mais cedo do que certas pessoas. Por exemplo: toda a gente se conseguia lembrar de pintar uma lata de soupa. O idiota do Andy é que pensou nisso antes de eu nascer. Mas não me está a aptecer falar de arte em telas.
Quero falar de letras. É que cada vez mais, tenho reparado que qualquer pessoa com um lápis e um pedaço de papel já pensa que é escritor, cronista e principalmente, um poeta.
Eu sou liberal, e concordo com a liberdade de expressão, mas acho que certos " textos" são insultos às pessoas que são verdadeiros escritores, cronistas e poetas com o Alexandre Dumas, o Miguel Esteves Cardoso e Fernando Pessoa.
Toda a gente pensa que é "profunda". Mas vou agora mostrar que é tão fácil como tirar chupas a bébés.
O silêncio. A única matéria prima que devia transcender o Universo. Todas as pessoas com as suas rotinas robóticas não conseguem parar um segundo para ouvirem. O som mais belo do mundo. Dança suavemente na orelha do ouvinte. Sussura com uma voz brincalhona. Descreve a nossa vida, como uma canção nunca antes encontrada. Um mar profundo de histórias fantásticas. A alma fica insensível. Silêncio... eu quero ouvir.
Não vos cobro se usarem esta coisa que alguns chamariam "um texto profundo". E se o usarem realmente, não digam que fui eu.